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Medicina integrativa: corpo, mente e espiritualidade para Bloise

  • Franciele Martins
  • 15 de jul. de 2016
  • 3 min de leitura

A visão integral do ser e a relação entre corpo, mente e espírito orientam às medicinas tradicionais há muitos séculos. A medicina tradicional chinesa, a tibetana e a ayurveda são exemplos do longo período em que estes saberes estão inseridos na história da humanidade. Hipócrates (século IV a.E.C), historicamente mais recente em relação às medicinas tradicionais, também divulgou um olhar ampliado para o processo de saúde-doença e, para este pensador e médico grego, os fatores físicos poderiam afetar também o psicológico. Porém, no século XVII devido ao pensamento dualista vigente na época a percepção de corpo e espírito unificados foi desmembrada, e desta forma os estudos dessas áreas também foram distanciados, gerando a dicotomia entre religião e medicina.

Depois de três séculos, aproximadamente, tal dualismo foi questionado e a partir do século XX novos estudos foram divulgados. Assim tornou-se cada vez mais frequente a pesquisa sobre a interação entre o corpo e a mente. Neste contexto surge a medicina integrativa, cujo termo remete à união e aproximação entre diferentes. A medicina integrativa busca reestabelecer e promover saúde a partir de um processo onde o indivíduo seja abordado levando em consideração sua singularidade, multiplicidade e totalidade. Essa promoção de saúde vai além da cura simplista proposta pela medicina convencional, visto que esta visa apenas o desaparecimento de sintomas e a integrativa possui como objetivo uma transformação inclusive nos valores, hábitos e comportamentos do indivíduo.

Para a compreensão da totalidade humana, ou seja a interação do corpo, mente e espírito, Bloise disserta sobre o cérebro, mente e a espiritualidade. A partir de conhecimentos da neurociência o autor demonstra a relação intrínseca deste órgão com questões simbólicas, emocionas e subjetivas, aspectos que permitiram gerar infinidades de construtos simbólicos, como o caso do religioso.

Outro ponto abordado, a mente, para Bloise pode ser comparado à 'consciência'. Além disso disserta que tradicionalmente as questões mentais são classificadas em campo cognitivo (intelecto), afetivo (sentimentos e emoções) e volição. Para o autor unir os preceitos sobre cérebro e mente é um processo de extrema complexidade, pois ambos exigem certa sincronicidade para poderem atuar. Cabe ressaltar, desta forma, que 'não se conhece no cérebro o que dirige essa sincronização harmônica de grupos de neurônios' (BLOISE, s/d). De qualquer maneira, o interesse em relação ao cérebro e a mente demonstra o interesse em relação ao consciente o inconsciente. O que se sabe, além disso, é que a comunicação entre a mente e o corpo acontece devido a interação entre os neurotransmissores e os receptores dos mesmos.

O autor também disserta sobre espiritualidade e apresenta um dado relevante: em 1990 ao ser realizado um estudo sobre espiritualidade e neurose foi constatado que pessoas com uma prática espiritual apresentam menos ansiedade, emoções negativas ou depressão. Desta maneira, a Associação Psiquiátrica Americana reconheceu a importância de ser praticado e estimulado o lado espiritual, tendo em vista a relação de equilíbrio que o cuidado com o corpo e questões energéticas podem gerar. Entretanto, apesar disso, ainda que haja discursos sobre a atual aproximação dessas áreas, ainda assim essa união encontra desafios.Afinal como unir a prática subjetiva espiritual/religiosa com práticas científicas objetivas?

É importante ressaltar, de acordo com Bloise, que em uma situação analítica a relação deve ser aberta a qualquer aspecto que o paciente apresentar, seja religioso ou não:

A interação serve para revelar conteúdos inconscientes do analisando e tratar sintomas, pois ele remete na relação com o seu analista os comportamentos patológicos que traz consigo. Sendo assim, mesmo atitudes que visam sabotar ou resistir ao tratamento podem ser aproveitadas. (BLOISE, s/d, p. 151)

Por fim o autor reafirma a importância da medicina integrativa ou complementar e ilustra que nos EUA está cada vez mais comum o investimento no estudo dessas práticas e, ainda, traz à luz sobre a medicina mente-corpo, práticas corporais, fitoterapia e energias fazendo distinção entre a ideologia que envolve as práticas integrativas e dos demais profissionais da saúde. O autor, desta forma, elucidou tantos os aspectos positivos e negativos da medicina convencional e da espiritualidade e proporcionou uma leitura clara e sincera sobre o panorama das práticas integrativas. Tornou-se evidente mais uma vez, a partir das colocações do autor, sobre a necessidade de unir tais conhecimentos, possibilitando um processo terapêutico ainda mais eficaz aos indivíduos que buscam o serviço de saúde.


Referência:


BLOISE, Paulo. Medicina integrativa: corpo, mente e espiritualidade. s/d.

 
 
 

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