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HIDROTERAPIA: O PODER CURADOR DA ÁGUA



A Terapia das Águas - Hidroterapia - tem sido explorada desde o princípio da humanidade. Necessária à vida, a água simbolizou às culturas antigas o poder de geração e regeneração e, assim sendo, passou a ser vista como um remédio natural pelos povos antigos. Seu caráter terapêutico, porém, ganhou maior enfoque quando em 1680 o alemão Sigmund defendeu cientificamente o uso da água para a cura de certas patologias e em 1830 Vicent Priessnitz ao desenvolver um tratamento com o elemento em seu estado líquido e frio. Esse método, assim, foi o marco de nascimento para a hidroterapia moderna. O presente artigo fornece uma visão geral das características desta terapia, abordando sua origem, seus princípios básicos para utilização em diversas disfunções e clínicas e a evolução deste tratamento terapêutico da água.



1. INTRODUÇÃO

A água tem sido utilizada como instrumento de cura desde culturas antigas. Há representações históricas que comprovam a utilização deste elemento no Oriente, Grécia Antiga e Roma. Hipócrates, estudioso grego, utilizava a terapêutica da água para auxiliar nas doenças articulares, espasmos musculares, doenças neurológicas, entre outras.

Entre os romanos a utilização da água como o intuito de cura também foi registrada: banhos em temperatura quente, fria e morna eram utilizados em centros de saúde para o tratamento de doenças reumáticas, lesões e paralisias.

Com o advento da Idade Média e maior influência religiosa a utilização da água passou a ser vista como uma prática pagã, tanto - e principalmente - no uso curativo, quanto na higiene pessoal.

Na Idade Média, os banhos passaram a ser olhados com desconfiança e mesmo proibidos em muitas cidades como propagadores de doenças, como a peste, e causadores do amolecimento da alma quando praticados com água quente, pois levava à dilatação dos poros e consequentemente à facilidade da entrada de doenças no organismo. Dessa forma, o tomar banho se transformou em uma atividade anual e acontecia em um simples barril de água. (Lucimara da Silva e Cíntia Vieira Caron - Os banhos e suas finalidades no decorrer da história humana)

Tal perspectiva, porém, passou a ser revista aos poucos e nos anos de 1700 o médico alemão Sigmund Hahn defendeu o uso da água para tratamentos de patologias. Nasce então a Hidroterapia moderna, que consiste em variadas formas de tratamentos para diferentes doenças.

O termo hidroterapia (do grego: 'hydor' = água e 'therapeia' = tratamento) compreende as diferentes formas terapêuticas em que a água pode ser utilizada, porém há algumas mais utilizadas na atualidade: hidroterapia por via oral, duchas quentes, frias e mornas, saunas e hidromassagem são algumas delas.

Hoje à luz de novos conhecimentos sobre a água e formas de tratamento a Hidroterapia tem se tornado cada vez mais comum, tanto nas práticas integrativas e holísticas, quanto em centros clínicos de terapias convencionais - a fisioterapia é exemplo dessa utilização.


1.1 ÁGUA: INTERAÇÃO E CURA DO CORPO HUMANO

A água é essencial à vida humana e demais seres da terra. Dois terços da superfície do planeta é coberto por ela e cerca de 99% de suas moléculas compõe o corpo humano. Sem a presença desse elemento aspectos como proteção contra toxinas, regulação da temperatura do corpo, o funcionamento da vida celular, a limpeza e hidratação do corpo e a produção de nutrientes estariam comprometidos.

A interação com a água - independente do estado em que se apresente - produz o contato com forças de purificação, reintegração, tranquilidade, renovação e profundidade interior. Ela, dessa forma, tem as potencialidades de cura física e psicológicas inatas em sua formação molecular e energética.

Na questão energética da água vale ressaltar as qualidades prânicas da mesma. Para a filosofia oriental a água detém prana. Prana nesta visão é a energia do Princípio Universal que está presente em tudo que há no meio natural, é, pode-se dizer, a Força Vital que anima e movimenta a vida. O prana é revigorante e fortalecedor do corpo e sua presença na água é muitas vezes utilizada de forma terapêutica como 'água pranificada'. Desta forma, pode-se perceber os infinitos benefícios da interação do homem com a água e, mais precisamente, com a cura através dela - Hidroterapia.


2. A TERAPIA DAS ÁGUAS

A Hidroterapia ao utilizar a água em diferentes estados e temperaturas, analisa os efeitos causados no corpo a partir dos estímulos dessas variações. Com um simples emergir do interagente em uma água quente, por exemplo, causa sensação de leveza, diminuição das dores, liberação de toxinas, melhora na irrigação sanguínea, limpa impurezas da pele. Já o contato com a água fria reforça o vigor, ressalta a energia, aumenta a força muscular, entre outras qualidades. Seja qual for a maneira, a utilização da hidroterapia é indicada a todos, seja àqueles que desejam manter-se saudável, seja àqueles que necessitam realizar um tratamento para curar alguma doença em específico.



3. A HIDROTERAPIA: POSSIBILIDADES TERAPÊUTICAS

Evidentemente, com a evolução dos estudos em relação às qualidades da água, a hidroterapia não se limita a imersão do interagente em água quente, fria ou de maneira alternada. Como já elucidado, a hidroterapia pode ser praticada com os diferentes estados da água e das possibilidades terapêuticas existentes as seguintes se destacam:


3.1. TERAPIAS INTERNAS

A hidroterapia desenvolveu-se a tal ponto que pode-se considerar duas possibilidades existentes de tratamento: terapias internas e terapias externas. A terapia interna consiste na utilização da água para a cura e manutenção do organismo de forma que o elemento aja dentro do corpo através da ingestão.


3.1.1 ÁGUA PRANIZADA

A Ayurveda cunhou o conceito de Prana. Segundo essa medicina o Prana é o tonificador do organismo, é o que permite ao Ser ser mais saudável e ter uma energia vibrante. Além disso, o Prana pode ser direcionado para diferentes fins, possibilitando o equilíbrio energético, a minimização das desordens físicas. Para pranizar a água é necessário fazer com que as moléculas de oxigênio se agitem, e quanto mais oxigênio mais Prana. A ação de passar a água de um recipiente para o outro permite a pranização da água.


3.1.2 ÁGUA MAGNETIZADA

Na Água Magnetizada são formados pólos Norte/Sul, a partir disso moléculas são quebradas deixando o sabor da água mais agradável, além de lhe conferir um poder mais diurético - auxiliando todo o sistema urinário - do que as águas não magnetizadas. É indicado para a circulação sanguínea, pois auxilia também na dinâmica movimentação do sangue. De forma mais genérica a magnetização da água pode ser explicada como uma atração e repulsão magnética e equilíbrio de cargas elétricas - energia.


3.1.3 ÁGUA SOLARIZADA

A ação de solarizar a água possibilita desinfetar a mesma através da utilização dos raios ultravioletas (UV) do sol ao ultrapassar as garrafas de vidro ou pet transparentes e entrar em contato com o líquido. Segundo estudos, acredita-se que a água solarizada inativa diferentes bactérias, purificando a água após no mínimo seis horas de exposição aos raios solares.

Além de evitar que certos agentes nocivos ao corpo humano esteja presente na solução, existe a possibilidade de somar à agua solarizada os poderes da cromoterapia - terapia com as cores. Neste caso, a água deve estar presente em um recipiente colorido e hora do dia de acordo com o tratamento indicado. As sete cores principais do arco-íris estão relacionados aos chakras e, assim, cada cor relaciona-se à uma doença/cura específica.


3.2 TERAPIAS EXTERNAS

As terapias externas, por sua vez, são a utilização da água como contato, compressas, hidromassagem e duchas são alguns dos exemplos dessa forma de hidroterapia. Nesta possibilidade a temperatura da água é especialmente considerada, visto que um banho quente, alternado ou frio trazem resultados terapêuticos diferentes.


3.2.1 TALASSOTERAPIA

As águas do mar, desde as primeiras civilizações, é vista como misteriosas e ao mesmo tempo acolhedoras. O mar, ao receber a sujeira da terra e purificar, traduz o simbolismo de cura. Não obstante, suas características terapêuticas foram estudadas e, assim, surgiu a Talassoterapia.

Pode ser utilizada através de banho de imersão, escalda-pés entre outras possibilidades, porém é necessário manter uma proporção de salinidade semelhante à água da praia (35g/l) ou cerca de 3 a 4 colheres de sopa para cada litro de água.

Embora não tenha sido conhecida por esse nome, a talassoterapia já era utilizada há, no mínimo, 4000 anos a.C pelos chinenes e, após, gregos e romanos também exploraram as capacidades curativas do mar. Foi no século XVIII, porém, que essa técnica de cura foi especialmente desenvolvida na Europa pelo Instituto Louis Bagot, dando origem a outras pesquisas e descobertas que alicerçaram o tema através conhecimentos científicos.

Atualmente sabe-se que esta vertente terapêutica da hidroterapia facilita o tratamento de artrite, osteoporose, reumatismo, fortalece o metabolismo humano, desintoxica o organismo, é laxativo e anti-inflamatório.


3.2.2 COMPRESSAS

Quando uma menina está com cólica é comum observarmos as mães ou as avós indicarem a compressa para aliviar a dor. Esse costume antigo, embora muitas vezes não se imagina, consiste em uma prática da hidroterapia. As compressas podem ser simples - pano úmido frio ou quente - ou dupla - pano úmido frio ou quente com o adicional de um pano ou cobertor seco.

Compressas quentes, de modo geral, ao se realizar uma aplicação longa - 20 minutos a 2 horas - tem efeito sedativos e as curtas -3 a 5 minutos- são estimulantes. A água quente ajuda a ativar a circulação local, estimula a transpiração, alivia dores, alivia cãibras, descongestiona as vias respiratórias, ajuda a liberar toxinas através da pele, ativa a circulação local, entre outras possibilidades de cura.

Já as compressas frias, resumidamente, traz os benefícios de alívio e prevenção de edemas, são anti-inflamatórios e diminui a transpiração. As compressas quentes e frias duplas intensificam os resultados terapêuticos, indicado, assim, em patologias crônicas.


3.2.3 DUCHAS

Os banhos, ou as duchas, tem tido sua importância resignificada ao longo do tempo. O que antes configurou-se como profano, hoje é visto como questão mínima de higiene, além de possuir uma conotação terapêutica se utilizado de forma adequada. Segundo Bastos em Os banhos e suas finalidades no decorrer da história humana de Lucimara da Silva e Cíntia Caron

As propriedades físicas dos banhos provocam efeitos no corpo, tais como: a densidade relativa, que diminui o impacto dos exercícios sobre as articulações; a pressão hidrostática, que gera uma pressão sobre todos os sistemas corpóreos, como por exemplo, cardiovasculares, fazendo com que o sangue circule melhor; flutuação ou empuxo, que promove diminuição do peso corporal facilitando os movimentos de maior amplitude; viscosidade, que proporciona resistência aos exercícios, contribuindo para o fortalecimento muscular; temperatura, resultando efeitos de acordo com o estímulo gerado.

As duchas, assim como as compressas, possuem qualidades diferentes de cura e tratamento a partir da temperatura da água, além disso, a intensidade do jato influencia na energia depositada no corpo do interagente.

Duchas frias são energizantes, desta maneira são indicadas para tratamentos referentes ao cansaço, febre, pressão baixa, sonolência. Quanto mais baixa a temperatura, maior será o efeito de acúmulo de energia, no entanto o tempo de tratamento deve ser controlado. A ducha morna e a quente, por sua vez, ao invés de causar o efeito de despertar, produz o efeito calmante, analgésico e sedativo no interagente, dependendo do tempo e temperatura do tratamento.


4. A CURA DAS ÁGUAS A PARTIR DA PISCINA E O CASO DA SÍNDROME DE RETT

Algumas crianças do sexo feminino e raríssimas do sexo masculino entre os primeiros meses de idade até um ano e meio, aproximadamente, podem vir a apresentar a Síndrome de Rett (SN). Esta síndrome é uma patologia degenerativa e progressista e alguns profissionais da área da massoterapia passaram a utilizar a hidroterapia em piscinas para facilitar e estimular o tratamento em diferentes doenças, inclusive na SN.

Não existe muitas pesquisas que comprovem os benefícios da terapia aquática para esta patologia em especial, porém, uma menina de 5 anos foi exposta à hidroterapia em piscinas e apresentou excelentes resultados, tornando-se de certa forma mais independente.

O estudo foi realizado na piscina terapêutica da Clínica de Fisioterapia Risoleta Neves que pertence ao Centro Universitário de Lavras - UNILAVRAS. A piscina utilizada possui 5,0 m de largura, 9,0 m de comprimento e 1,30 m a 1,70 m de profundidade com barras paralelas e rampa a uma temperatura da água entre 32 e 33 graus centígrados [...].

Os materiais utilizados constituíam-se de um tablado, um tapete de flutuação, um estepe e brinquedos em geral. As sessões foram realizadas três vezes por semana com duração de 30 minutos cada, por um período de 10 semanas entre os meses de Agosto e Outubro do ano de 2003. (in Síndrome de Rett e Hidroterapia: Estudo de Caso)

Segundo o estudo, a interagente apresentou melhoras em seus movimentos a partir das práticas na piscina: lavar as mãos, pentear os cabelos e vestir-se apresentaram avanços, visto que sua capacidade para realizar tais atividades era nula. Este estudo, em relação à uma prática possível da hidroterapia, expressa os benefícios tanto corpóreos, quanto mentais e emocionais que a água proporciona ao interagente.


5. CONTRA-INDICAÇÕES

A hidroterapia compreende uma vasta gama de tratamentos realizados com a água. De maneira geral, não possui contra indicações, porém algumas precauções devem ser tomadas: em caso de febre, ferida, doença infecciosa, doença cardiovascular grave, micoses e fungos, por exemplo, é recomendável ao interagente que fique afastado por determinado tempo de meios úmidos.


6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No presente artigo foi possível elucidar o bem-estar que a hidroterapia possibilita ao indivíduo independente de sua manifestação: interna X externa, líquido, sólido ou gasoso. Enquanto uma Terapia Natural, busca fortalecer a estrutura física, mas principalmente, equilibrar o corpo, a mente e o espírito.

Através dos tratamentos hidroterapêuticos o interagente experimenta e vivencia a auto-estima e a confiança interna, promovendo a liberação dos conflitos psicológicos e dessobrecarregando o físico.


7. REFERÊNCIAS

Hidroterapia: aplicabilidades clínicas in http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3288

Os banhos e suas finalidades ao através da história in https://onedrive.live.com/edit.aspx?resid=3879D1741AE5AFAA%21379&id=documents&app=Word

Síndrome de Rett e Hidroterapia: Estudo de caso in http://www.hsp.epm.br/dneuro/neurociencias/Neurociencias12-2.pdf#page=20

Prana in http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2002/11/prana.html

Ayurveda in http://pt.wikipedia.org/wiki/Ayurveda

Água solorizada e cromoterapia https://www.docelimao.com.br/site/terapias/86-terapias/1263-agua-solarizada-a-cromoterapia.html

Talassoterapia in http://www.infoescola.com/medicina-alternativa/talassoterapia

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